Fernanda França
É final de ano e eu quero aproveitar para agradecer a todos os afetos que recebi durante todo esse ano, seria quase impossível nomear todas as pessoas que me fizeram bem, mas gostaria que as pessoas que estiveram ao meu lado soubessem que foi muito bom tê-las por perto.
Assim, eu quero, aqui, agradecer por todas as demonstrações de carinho que recebi, pelos sorrisos sinceros capazes de fazer a vida se tornar um pouco mais leve, pelos abraços aconchegantes que me faziam lembrar de que não estava só, pelos beijos carinhosos que recebi, pelos apertos de mãos, bem apertado, demonstrado que dividiam comigo um pouco de suas forças. E às vezes, pelo olhar companheiro que chegava como um : “estou do seu lado”.
Agradeço imensamente a todos vocês, que muitas vezes fizeram tudo isso sem nem ao menos perceber o quanto maravilhosas são. 
Mas esse tipo de gente é assim, passa o que elas tem de melhor, sem querer nada em troca, porque simplesmente são assim.
Desejo de coração à essas pessoas toda felicidade do mundo! Mas esse desejo é fácil de ser realizado, afinal, pessoas assim só atraem coisas boas.
Sendo assim...

Meu muito obrigada a todas vocês.
Fernanda França
Envelhecer e tentar emagrecer.
Sonhar e tentar permanecer no chão.
Correr e nem sempre sair do lugar.
O fato é que não se ganham todas as batalhas, assim como nem sempre se estar feliz.
A grande questão é não se deixar se desesperar.
Não assumir todas as culpas, só as necessárias para continuar mesmo sabendo que às vezes se vai errar.
Reconhecer o erro sem carregar o fardo da culpa.
Dormir o sono dos justos e recomeçar.
Fernanda França

Em um diálogo nada comum, duas almas se esbarram. Uma inicia a conversa querendo saber as histórias da outra.
A outra responde apressada em partir. --Não, Não... Deixa pra lá, já passou.
A primeira insiste em saber mais. -Vieste pela mão do destino ou foi o acaso que te trouxe aqui?
A outra responde envergonhada. -Não, querido. Eu vim nas asas da saudade. O destino nos uniu em outra vida e o acaso não nos quer mais juntos.
Ela continua: -Vim porque a saudade aperta o coração e faz doer, mas já peguei o que precisava, agora eu devo partir, não posso ser pega fugindo dos meus planos. Desculpe essa aparição assim de surpresa. Agora, devo ir.
A primeira nervosa ao ver a outra que já estava à beira de alçar um voo distante, grita: -Não vá!
Ao ver que conseguira reter a outra, esta fala mais tranquilamente. – Não vá. Você já acendeu a chama que me fazia ter suas lembranças no escuro, agora fique mais um pouco. Se vou ter que esquecer tudo novamente, que ao menos eu aproveite um pouco esse momento.
A outra alma sem saber o que sentia, retribui com um sorriso tranqüilo, pensando o quanto os planos são sempre refeitos.
Fernanda França

O que dizer sobre o não dito?
O que explicar sobre o inexplicável?
Quais são as respostas para as perguntas que não são feitas?
Como saber o que não sei?
Sendo assim...
Como essas questões poderiam existir?
A solução não se apresenta e o incômodo da ausência permanece.

Fernanda França
A sua tristeza às vezes parecia saudade, ou era a saudade que às vezes parece tristeza?
A vontade que ela sentia era de abrir o peito, se descascar e tentar ver o que estava errado.
Ela sempre se perguntava: - Será que tem algo fora do lugar? Ou será que tem algo sobrando?
-Por que as águas de Lete não vem me banhar?
 Esquecer sempre tinha lhe parecido ser tão fácil! Por que as lembranças agora a perseguiam?
Ela pensava: - Quem sabe se eu fingir esquecimento ele não se manifeste em verdade... Pode ser uma tentativa.
A questão que ficava era se isso seria capaz de acalmar uma alma.

***

Certa noite, depois de já está cansada de esperar, foi visitada por um passarinho de voz suave que lhe cantou todas as angústias de sua vida.
 Como ela queria matar aquela beleza formada por tristeza e amor!
Era uma mistura intensa de amor e raiva inexplicáveis, que se transformavam rapidamente em dor, transfigurada em lágrimas, que aquela ave bebia em goles lentos, e que apesar de achar salgada, sentia certo prazer.
Logo ela, que sonhava com nuvens de algodão doce e um céu com perfume de jasmim, sentia que não era bom sonhar com as desejadas asas.

No final da noite, o passarinho se banhava em um lago salgado.
Fernanda França
(Esse texto foi inspirado no suicídio de um jovem de 20 anos, aluno da escola em que dou aula. O motivo da morte foi a separação de sua ex-companheira.)





Tem dias que a saudade é de matar, e aí o que fazemos? Eu escrevo, e finjo acreditar que você em algum lugar sabe disso.
Escrevo para você, é você mesmo! E espero que as palavras toquem seu coração, ao menos um pouco... Mais ou menos assim, como você entrou  no meu e lá fez morada.
Sinto falta daquelas conversas desconectadas, sem pé nem cabeça, sem sentido e sem razão, mas que me deixava feliz.
Sinto falta do sorriso mais lindo que já vi, aquele que parecia sair direto da alma para teus lábios. E como era bom saber que alguns daqueles sorrisos eram para mim...
Sinto falta de ouvir aquele teu jeito de falar, que era tão seu, e que eu me pegava, às vezes, te imitando por achar sonoramente agradável.
Sinto falta do teu olhar, me lançando raios de desejos, que sempre me faziam suspirar... E quando você soltava os teus cabelos, sabia que era para me provocar. 
E como eu te amava!!!
Assim em segredo, nada te disse. Um dia você se foi e levou consigo todos os meus sonhos impossíveis.
Fernanda França



De quantos “nãos” é feito a vida?
Quantas vezes devemos dizer “não”?
Quantas serventias eles carregam?
Podem tanto nos proteger, quanto nos castrar... A questão que permanece é quantas vezes ele serve a um, e quantas vezes ele serve a outro?
E no final das contas, qual será o saldo? Quantas vezes ele foi acertado, quantas vezes foi usado de forma errada?
...
Questões impossíveis de serem respondidas antes do fim.
O complicado da vida é não saber no presente o dia de amanhã...
E essas frases tão poéticas de “deixa a vida te levar” parecem tão pouco convidativas em alguns momentos...
Nos sonhos nós damos evasões às loucuras, e quando transpomos os sonhos à realidade? O que se esperar?
Fernanda França



Há quanto tempo que não escrevo? Bem, daqui a pouco fazia um ano, mas foram meses bem atribulados...
Como já falei antes, esse é um espaço para exorcizar demônios, e como sempre... Vira e mexe, eles vem me atentar. Então, por que não transformá-los em palavras e destilá-los um pouco aqui?
A vida segue aprontando comigo, e assim como todo indivíduo, sempre acho que é só comigo, ou que é pior comigo.
Já tentei achar razão para tudo e encontrei razão para nada. Mas assim, sigo.
Pedras aparecem no caminho de forma gigantesca e às vezes... Se transformam em grãos de areia... E assim, o caminho segue...
Assim, me decidi continuar escrevendo, palavras sem nexo, gramática sem regras, verbos soltos e frases incompletas... 
Desculpas a quem se propõe a ler. Mas...
Vou continuar a escrever.