Fernanda França


Como você me aparece agora? Volta e meia você sempre volta, e vem querer perturbar as nossas vidas.
Já te conheço de outros carnavais, e sempre que estamos a sua procurar você nunca se apresenta prontamente. Procuramos e procuramos... Mas nunca te encontramos...
Mas quando estamos com a vida em organização, com as coisas entrando em linha... Aí... Você vem... Vem para bagunçar nossas vidas com toda a sua fúria, ardência e sedução, daquelas que se torna difícil resistir.
Sempre assim... Um eterno retorno... Quantas vezes não nos deixamos levar pelas seduções da vida... Pelas paixões... E quando nos damos conta não sabemos bem ao certo aonde viemos parar. Às vezes esperamos por um embalo desses para tentar nos acharmos, mas ele nunca vem... E quando acreditamos que estamos achados, com os pés bem firmes no chão, vem o acaso nos achar, para nos  perdermos novamente.
Aí fica a dúvida: sermos levados pelas asas do acaso, que se transmuta e aparece sem ser chamado, ou ficarmos tentando nos agarrar a vontade de permanecer no presente, na estabilidade da terra firme?
Fernanda França
Faz tempo que gostaria de escrever mais, mas nem sempre o tempo dá ou se tem uma caneta à mão para anotar as idéias que insistem em fugir. Depois de algumas reflexões que remetem a minha última postagem de 2011, e da experiência que tive ontem, resolvi que precisaria encontrar um tempo e postar .

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Acontecem certas coisas que só a vida ensina, e há muita beleza no que se vê, mesmo quando já estamos desesperançosos com as pessoas.
E às vezes essas pessoas que enchem nossos corações de esperança, não se dão conta do que fizeram por nós. Às vezes, até acham que fomos nós que lhes prestamos algum favor, quando na verdade, foram eles que nos deram uma lição de como sermos melhor, de como se pode fechar os olhos um pouco de si e pensar mais no outro. 
Acredito que não seja muito comum vermos essa reação... Já tive a infeliz experiência de ver pessoas deixando de ver e viver suas próprias vidas para perseguir e detonar outras, por inveja, ciúmes, ou qualquer outro motivo que não se justifica.
Mas hoje não quero falar dessas pessoas, quero falar daquela menina de olho claro e alma limpa, que cativa e ensina sem saber o bem que faz para quem está a sua volta. É por pessoas como ela que às vezes me sinto feliz por nada, talvez por saber que elas existem e que me fazem esquecer a maldade que, infelizmente, também sei que existe...
No fim... É bom que a vida seja tão cheia de “às vezes”...