Fernanda França






O silêncio sempre pode ser uma boa saída, claro que há momentos em que devemos brigar, gritar e nos impor. Mas é preciso reconhecer quando “erramos”, ou não agimos da melhor forma, nesse caso o silêncio se faz opção, um pedido de desculpas também cai bem.
Em situações como estas, nos calamos e esperamos  que a mudez nos traga, se não a felicidade, ao menos a tranqüilidade de tentar consertar o torto.
 Do que passou... Que fique nos braços do tempo envolvido por Morfeu. E que este (o tempo) faça a sua parte, nos dando a doçura do esquecimento, que ás vezes tarda em chegar, mas se insistirmos ela vai aparecer.


Fernanda França

Tudo bem... 
Vou voltar a escrever essas palavras  malditas e "malescritas" que me servem de expurgo.
Quem sabe assim, destile o "malestar".
Quem sabe assim, eu consiga sonhar...
E me perdoem se por ventura alguém gasta seu tempo lendo meus devaneios, mas esse espaço me sai mais barato do que fazer terapia. 
Então...
 Não reclamem. 
Como já disse na introdução desse blog, esse é um espaço de alucinações e sonhos...
Me deixem sonhar!
Fernanda França


Como você me aparece agora? Volta e meia você sempre volta, e vem querer perturbar as nossas vidas.
Já te conheço de outros carnavais, e sempre que estamos a sua procurar você nunca se apresenta prontamente. Procuramos e procuramos... Mas nunca te encontramos...
Mas quando estamos com a vida em organização, com as coisas entrando em linha... Aí... Você vem... Vem para bagunçar nossas vidas com toda a sua fúria, ardência e sedução, daquelas que se torna difícil resistir.
Sempre assim... Um eterno retorno... Quantas vezes não nos deixamos levar pelas seduções da vida... Pelas paixões... E quando nos damos conta não sabemos bem ao certo aonde viemos parar. Às vezes esperamos por um embalo desses para tentar nos acharmos, mas ele nunca vem... E quando acreditamos que estamos achados, com os pés bem firmes no chão, vem o acaso nos achar, para nos  perdermos novamente.
Aí fica a dúvida: sermos levados pelas asas do acaso, que se transmuta e aparece sem ser chamado, ou ficarmos tentando nos agarrar a vontade de permanecer no presente, na estabilidade da terra firme?
Fernanda França
Faz tempo que gostaria de escrever mais, mas nem sempre o tempo dá ou se tem uma caneta à mão para anotar as idéias que insistem em fugir. Depois de algumas reflexões que remetem a minha última postagem de 2011, e da experiência que tive ontem, resolvi que precisaria encontrar um tempo e postar .

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Acontecem certas coisas que só a vida ensina, e há muita beleza no que se vê, mesmo quando já estamos desesperançosos com as pessoas.
E às vezes essas pessoas que enchem nossos corações de esperança, não se dão conta do que fizeram por nós. Às vezes, até acham que fomos nós que lhes prestamos algum favor, quando na verdade, foram eles que nos deram uma lição de como sermos melhor, de como se pode fechar os olhos um pouco de si e pensar mais no outro. 
Acredito que não seja muito comum vermos essa reação... Já tive a infeliz experiência de ver pessoas deixando de ver e viver suas próprias vidas para perseguir e detonar outras, por inveja, ciúmes, ou qualquer outro motivo que não se justifica.
Mas hoje não quero falar dessas pessoas, quero falar daquela menina de olho claro e alma limpa, que cativa e ensina sem saber o bem que faz para quem está a sua volta. É por pessoas como ela que às vezes me sinto feliz por nada, talvez por saber que elas existem e que me fazem esquecer a maldade que, infelizmente, também sei que existe...
No fim... É bom que a vida seja tão cheia de “às vezes”...
Fernanda França
"Desejo, primeiro, que você ame,
e que, amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer
e esquecendo não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que você tenha amigos
que, mesmo maus e inconsequentes,
sejam corajosos e fiéis,
e que pelo menos em um deles
você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
desejo ainda que você tenha inimigos,
nem muitos, nem poucos,
mas na medida exata para que, algumas vezes,você se interpele a respeito
de suas próprias certezas.
E que, entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo, depois, que você seja útil,
mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
quando não restar mais nada,
essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente,
e que fazendo bom uso dessa tolerância,
você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
não amadureça depressa demais,
e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer,
e que, sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
é preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste.
não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
que o riso diário é bom,
o riso habitual é insosso
e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra,
com a máxima urgëncia,
acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos,
injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
erguer triunfante o seu canto matinal,
porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
por mais minúscula que seja,
e acompenhe o seu crescimento,
para que você saiba de quantas
muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
coloque um pouco dele
na sua frente e diga "isso é meu",
só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
por ele e por você,
mas que se morrer, você possa chorar
sem se lamentar, sofrer e sem se culpar.

Desejo por fim que você, sendo um homem,
tenha uma boa mulher,
e que, sendo uma mulher,
tenha um bom homem
e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte,e quando estiverem exaustos e sorridentes,
ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
não tenho mais a te desejar."

 ("Desejo" - Victor Hugo)