Fazer o curso de Ciências Sociais acaba sendo inevitável que se tenham certos tormentos especiais, que precisemos enfrentar fantasmas. Pois, é praticamente impossível se ver distanciado e anestesiado das leituras, e que elas não nos inquietem a alma. Principalmente, por estarmos trabalhando com nossas mentes, nossa sensibilidade, junto com nossos sentimentos mais profundos, os nossos poderes visionários e imaginativos, ou seja, virtualmente com todo o nosso ser.
Como, por exemplo, as leituras de hoje, da aula sobre Marx, “um mestre de uma prosa apaixonada” como diria Hobsbawn, me deixou, mais uma vez, completamente atormentada com o diluir da vida moderna.
Pois hoje, concordo plenamente com a necessidade de pensarmos a democracia para que se faça como o melhor governo possível, acredito que os direitos individuais devem ser garantidos. Além de um arcabouço de ideias liberais...
Logo eu, que fiz parte da esquerda mais ortodoxa, daquela que por mais que eu faça hemodiálise diariamente, não consigo retirá-la de mim, que penetrou na minha personalidade e que por mais que eu timidamente negue, ela está lá...
Quando eu me imaginaria fazendo críticas a Marx? (por muito menos, muitos foram parar no paredão!). Como posso tentar conciliar o ideário liberal com as ideais comunistas?
Vi-me, hoje, no meio daquele debate, me desmanchando no ar...