Fernanda França

Estamos vivendo um momento ímpar da história do Brasil. Temos uma mulher ocupando o maior cargo do Executivo, a presidência da República. Lembrando que a posse dessa mulher foi apresentada pela mídia com grande estardalhaço, não por se estar empossando uma mulher presidente, mas por haver uma ex-miss na posse, como se isso não fosse ato corriqueiro... Ignorando o fato histórico que ali se processava. Estávamos empossando uma mulher à presidência da República! estávamos empossando um ex-guerrilheira! Uma mulher, que ao contrário da ex-miss, tinha dedicado toda a sua juventude a construir um país mais democrático em tempos pesados de repressão e ditadura.
Não espero estar fazendo aqui uma ode à presidente, ou presidenta, como queiram as feministas de plantão. Não sou petista, nem tampouco me julgo feminista. Mas, fico revoltada em pensar que ao longo de tantas histórias de luta pelos direitos igualitários entre homens e mulheres, os direitos das mulheres possam estar tão distantes do desejado.
O “08 de março” foi constituído como data, após uma série de lutas feministas. E, fato é que hoje há uma data em que as mulheres de todo o mundo deveriam refletir e se organizarem contra os abusos que ainda sofrem. Seja o estupro corretivo, aplicado as mulheres homossexuais, em certos países africanos; a Burca; a morte por apedrejamento; excisão feminina ou mutilação genital feminina; a criminalização do aborto; etc. Não devemos nos contentar com flores, jantares e “parabéns” ditos sem grande significado. Acredito que essa data deva servir para exigir dos governos explicações sobre o porquê, se estamos hoje em situação de igualdade perante os homens, vemos as estatísticas absurdas de violência contra as mulheres? Devemos questionar por que aqui no Brasil, várias mulheres são assassinadas por seus companheiros, mesmo depois de terem ido várias vezes às delegacias e feito denuncias contra seus agressores? Por que os estupros são atos corriqueiros em violência contra a mulher? E, ainda tratado com menosprezo nas delegacias comuns, diante do pequeno número de delegacias da mulher.
A verdade é que nós estamos longe de uma situação de igualdade, e isso é preciso ser discutido e rediscutido mil vezes. Podem até me acusar de feminista, mas ainda, não conseguimos por em prática a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de Olympe de Gouges escrita em 1791!
O “08 de março” deve ser um dia de luta contra todas as formas de violência contra as mulheres. E de luta por direitos iguais, institucionais, políticos e reprodutivos. Fala-se muito do dia Internacional das Mulheres, muitas comemorações, muitas flores, sem uma real preocupação em saber pelo que, de fato, anseiam essas mulheres. Esquecem que o primeiro bem inalienável que todo indivíduo possui, é o direito de seu próprio corpo, direito que tem sido negado às mulheres. Pois, se o governo garante que posso vender a minha força de trabalho por um salário, também, deve garantir que minha escolha sobre a minha reprodução seja legítima.
Espero que esse “08 de março” possa ser refletido e direcionado para uma configuração real dos Direitos da Mulher.
Fernanda França
   Em pleno domingo de Carnaval, uma criatura não se continha tendo que pular em um local apertado e que ninguém poderia ver a alegria que exorbitava dela. Assim, como não poderia deixar de ser, ela pulou e gritou o mais alto que pode, até se fazer nascer.
    Nasceu... tão agitada! tão cheia de vida! que alguns médicos quase a mataram tentando fazer acalmar aquela pequena criatura, pois nunca haviam visto tanta vida em corpo tão pequeno. Mas, logo ela se recuperou do ocorrido, e disseminou alegria e vida em todos que a cercavam, com seus um milhão de "porquês", com sua pressa em liderar, nas idas e vindas dos paços da dança se fez bailarina, como forma mais próxima de alcançar sua essência de fada.
     Cresceu...
    Não se fez amadurecer completamente, mas sei que vai achar o caminho das flores que desabrocham sem perder o perfume.
     Ainda há muito tempo para o Carnaval acabar! ainda é Domingo! E, há um longo caminho a percorrer...
    Enfeite-o com as flores que quiser minha querida Colombina.