Fernanda França
Um dia frio... Olho pela janela do carro e vejo aquela casa velha de grandes janelas antigas, penso em quem deveria tê-las aberto. Possivelmente ali deveria morar uma senhorinha já idosa e sem muitas forças que pediria a seu neto para abri-las e ele a teria feito gentilmente para poder ver a chuva que passava por lá. Sairia um sorriso do seu rosto? Algo difícil de saber, ele poderia ser econômico nos sorrisos, ou poderia esta feliz em ver aquele velho quadro de lembranças suavizado pelos respingos da chuva.
Olho para a calçada da casa vizinha e vejo flores brancas e rosas forrarem o chão, derrubadas por essa chuva displicentes que passava, formando uma paisagem de contos infantis. Toda a cena perece querer me fazer lembrar que deveria parar por ali, deixar-me ficar... Sentir os perfumes e sonhar. 
Fernanda França


 Tem noites em que você vem perturbar meu sono, sendo este o teu reino, o meu sonhar, só me resta aceitar e aproveitar as sensações boas que só você consegue me fazer sentir.
  No sonho desta noite você estava tão perto que quase conseguia tocá-lo, consegui ouvir a sonoridade da tua fala e sorrir o teu sorriso. 
     Neste sonho, tudo parecia um filme em branco e preto, bem ao seu estilo. Claro que só podia ser você o dono desta aquarela monocromática que ajuda o tempo do seu reino parecer não passar. E assim você faz os atores ocuparem sempre o mesmo papel, o meu nesta trama tem sido, como de costume, esperar pelo próximo sonhar.